Preservação da água, questão de educação e investimentos


Abraço Guarapiranga 2014

Da redação: Revista Em Sintonia (1)

Pelo nono ano consecutivo, uma união de diversas entidades ambientalistas, específicamente voltadas à questão da água, concretizou mais uma edição do Abraço Guarapiranga, no dia 1° de junho, com o lema “Água: somos todos responsáveis. Cuidar para não secar”. Na data, centenas de pessoas realizaram um grande abraço simbólico na Represa do Guarapiranga em três locais diferentes: Parque da Barragem, Solo Sagrado e Parque Ecológico.

O intuito é de alertar sobre a necessidade de investimento por parte do poder público para a preservação desse elemento essencial para a vida humana. “O principal objetivo é de conscientizar as pessoas da importância em se preservar a água, sem jogar lixo, sem jogar esgoto clandestino, etc.”, afirma Eduardo Melander, Diretor Presidente da Associação Movimento Garça Vermelha (MOGAVE).

Contando com diversas apresentações artísticas e esportivas, oficinas, atividades sustentáveis, exibição de filmes ambientalistas e muito mais, Melander acredita que este tenha sido o mais organizado de todos os eventos. “Tivemos inclusive, um ato político muito importante que foi o de estender a faixa do ‘Movimento Aeroporto em Parelheiros Não!’, que representa a maior ameaça à Represa no momento”, disse.

Para Melander, a alta quantidade de esgoto clandestino desembocando na represa também é uma dos principais problemas para a atual poluição das águas e que deve ser combatido. ”É uma questão de educação, mas não é só isso. A Sabesp é a grande responsável. Ela tem de fazer saneamento, porque se a pessoa não tem esgoto canalizado, ela joga onde pode”, afirma. “O problema é que ela é privatizada e visa o lucro. Então o gerenciamento é focado apenas nisso e mais nada”, conclui.

Esta questão também é a principal causa apontada por especialistas para a seca do Sistema Cantareira. “O Cantareira é um crime anunciado. Há muitos anos que não existe investimento lá. Então é uma questão de gerenciamento, pois já se sabia que isso iria acontecer em algum momento”, afirma. “Não investem na prevenção, mas agora, em crise, querem fazer uma obra esquisita para trazer água do Vale do Ribeira”, reclama.

Por esse motivo, Melander segue muito preocupado com a Guarapiranga que, no momento, não apresenta sinais de crise, mas pode ter a situação agravada ser não for preservada. “Existe a ameaça de grandes projetos de interesse de pessoas da especulação imobiliária e empreendedores da construção civil, como é o caso do Aeroporto de Parelheiros”, afirma. “Se ele for implantado, tudo em volta será especulado”.

Outro fator que lhe preocupa é o projeto recém-sancionado pela Prefeitura de implantação de transporte hidroviário na Represa. “É obvio que vai causar impacto”, diz. O projeto ainda está em fase de regulação para obter devida licença ambiental.   

REFERÊNCIA:

(1) – PRESERVAÇÃO da água, questão de educação e investimentos. Revista Em Sintonia: Unindo elos, São Paulo, Ano VII, p. 13, Julho 2014.                                                                                                                                                                                             

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