Museu da Água: Em Área de Preservação Permanente Não!

Antes do Parque Nove de Julho: As margens da Guarapiranga quase atingiam as ruas adjacentes

Prof. Eduardo Melander Filho

Folhando o Jornal Folha de São Paulo na tarde do dia 30.04.2012, encontramos no Caderno C, Cotidiano, num canto de uma das páginas, uma convocatória em letras pequenas de Audiências Públicas que seriam realizadas pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo no dia 02.05.2012, onde seriam discutidos, em primeira ou segunda apresentação, vários Projetos de Lei.

Qual não foi nossa surpresa quando, dentre os projetos, localizamos o PL 033-2010 do dia 09.02.2010, de autoria do Vereador Goulart cuja chamada no jornal era a seguinte:

“Projeto de Lei nº 33/2010 de 09/02/2010
CRIA O MUSEU DA ÁGUA, A SER EDIFICADO E IMPLANTADO NA ÁREA
LIVRE À BEIRA DA REPRESA GUARAPIRANGA, COM ACESSO PELA RUA
RELVA VELHA, CIDADE DUTRA, ÂMBITO DA SUBPREFEITURA DE
CAPELA DO SOCORRO, É DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Autor(es): GOULART “

O referido Projeto de Lei era, até aquela data de publicação do jornal, completamente desconhecido para a população do entorno do Parque Nove de Julho e, inclusive, para nós do Movimento Garça Vermelha. Como quase sempre, projetos são apresentados sem a mínima discussão com os maiores interessados que são os moradores.

Nesse caso em particular, a área onde propõem construir o Museu da Água estava desde a época da apresentação do PL sob Inquérito Civil movido pelo Ministério Público Estadual. Posteriormente, no mês de setembro de 2010, transformou-se em Processo Público Civil que corre até os dias de hoje no Tribunal de Justiça de São Paulo.

O MOGAVE, após consultas a moradores daquele entorno, resolveu intervir na Audiência Pública do dia 02.05.2012 onde o PL 033-2010 foi apresentado pela primeira vez, solicitando a elaboração de um Substitutivo que apontasse outro local para a construção do Museu da Água. Quem interveio foi o Diretor Presidente do MOGAVE, que explicou que o terreno está sub judice, impossibilitando dessa forma qualquer construção naquele local.

A Sra. Nazeli, Assessora do Vereador Goulart, concordou com as críticas da nossa Associação, comprometendo-se a providenciar a mudança do local do Museu ainda antes da votação final do PL, configurando não apenas mais uma vitória do Movimento Garça Vermelha, mas também de todos aqueles que percebem nossas denúncias como contribuições positivas que levam ao resgate do bom senso.

Apesar do acerto público firmado nessa Primeira Audiência, nova convocatória de Audiência Pública para o dia 16.05.2012, agora em segunda apresentação, foi publicada no Jornal Folha de São Paulo, Primeiro Caderno, página A16, dia 15.05.2012, onde os termos do Projeto de Lei 033-2010 permaneciam os mesmos da primeira convocatória. Por essa razão o MOGAVE decidiu intervir também nessa Segunda (2ª) Audiência Pública.

Após essa segunda intervenção, o Vereador Tião Farias, que é Presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente nos avisou que, assim que seja nomeado por ele o Relator do PL, entrará em contato com o Garça Vermelha a fim de que contribuamos na elaboração de um Substitutivo que aponte um novo local de construção do Museu da Água.

1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA – 02.05.2012

Segue, abaixo, a transcrição das intervenções que aconteceram durante a apresentação do PL 033-2010 na Audiência Pública da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, dia 02.05.2012 (1):

‘VEREADOR TIÃO FARIAS (PRESIDENTE DA COMISSÃO DE POLÍTICA URBANA, METROPOLITANA E MEIO AMBIENTE – PSDB) – (...) PL 33-2010. Proponente: o Vereador Goulart do PSD. Ah! Desculpe... (dirigindo-se ao seu Assessor) Parece... Ele pede... Ah! Desculpe. Sobre qual item¿ Eu lendo, passo para Vossa Excelência (dirigindo-se ao Melander).

Cria o Museu da Água a ser edificada na área livre à beira da Represa Guarapiranga com acesso pela Rua Relva Velha, Cidade Dutra, âmbito da Subprefeitura Capela do Socorro e dá outras providências.

Há uma... (dirigindo-se ao Assessor) Há o Sr.... Ah! Por favor. O Sr. apresenta... (dirigindo-se ao Melander) Ah! Por favor. O Sr. tem três minutos...

EDUARDO MELANDER FILHO (DIRETOR PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO GARÇA VERMELHA – MOGAVE) – Pois não. Meu nome é Eduardo Melander Filho e sou Presidente da Associação Movimento Garça Vermelha, uma associação ambientalista que atua exatamente nessa área. E, por sinal, essa associação vai receber a Salva de Prata do Prêmio Dorothy Stang, que foi indicada exatamente por essa Comissão, a qual agradecemos.

Projeto 33 de 2010 do Vereador, do Nobre Vereador Goulart, prevê a construção de prédios onde funcionarão (funcionará) o Museu da Água.

O problema é o seguinte: que esta região é... esse terreno que ele cita é um terreno situado em APP (Área de Proteção Permanente) e que tem um histórico muito grande, muito longo, desde 2009 quando foi construído o Parque Nove de Julho. Esse terreno estava abaixo, parte dele, estava abaixo da cota máxima de inundação da Represa Guarapiranga. Posteriormente, quando foi construído o parque, esse terreno foi aterrado. E foi aterrado com entulhos de construção, com lixo e saibro impermeável. Tudo isso para nivelar acima da cota máxima, para construir exatamente o gradil do Parque Nove de Julho.

Bem, tudo isso foi objeto... nós denunciamos ao Ministério Público, foi aberto um Inquérito Civil e agora, agora não, no ano passado já (na verdade em 2010), esse Processo... esse Inquérito Civil virou Processo que corre em julgamento no Tribunal de Justiça. Portanto, esse terreno está sub judice.

Além disso, a empreiteira também foi multada no valor de um milhão e seiscentos e cinqüenta mil reais, milhões, um milhão e seiscentos e cinquenta mil reais (R$ 1.650.000,00) (na verdade um milhão, seiscentos e vinte e cinco mil reais {R$ 1.625.000,00}), exatamente, por ter jogado nesse terreno e nas adjacências, oitocentos e quarenta (840) caminhões de vinte (20) toneladas de entulho (cada um deles). Ou seja, existe também um processo dentro da própria Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

Bem, então, por esse motivo, nós gostaríamos de propor, que se propusesse uma emenda alternativa a esse terreno, porque esse terreno está sub judice, provavelmente a empreiteira vai ter de tirar todo esse material e ele voltará a ficar, parte dele, a ficar abaixo da cota máxima da represa.

É isso que nós gostaríamos de dizer.
Obrigado.

TIÃO FARIAS – Sr. Eduardo, eu agradeço muito a atenção do Sr., o seu esclarecimento.
Está presente a Nazeli que é assessora do Vereador Goulart de Andrade, Goulart. Goulart de Andrade não. Goulart de Andrade é o ator. Vereador Goulart. Gostaria que, por favor, o Sr. fizesse entrega para ela (do documento do MOGAVE) e ela gostaria de fazer algumas considerações enquanto está aberta minha palavra a ela.

MELANDER – Eu gostaria de entregar um documento para a mesa, para o Presidente, também em nome da Associação, já colocando toda a intervenção nossa.

TIÃO FARIAS – É que o procedimento nosso é de, depois, encaminhar ao proponente que é o Vereador Goulart. Por favor (dirigindo-se à assessora Nazeli).

NAZELI (ASSESSORA DO VEREADOR GOULART – PSD) – Bom dia Sr. Presidente, bom dia Sr. Eduardo, bom dia plenário.

Muito bem colocada a informação. Vereador Goulart já tinha conhecimento e a propósito disso fizemos já, já encaminhamos, à época que recebemos a denúncia, para a Comissão de Política Urbana se não me falha a memória, depois vou verificar o processo, uma solicitação de um Substitutivo, porque a mudança do local não deve invalidar a...

TIÃO FARIAS – Proposta...

NAZELI - ...a proposta, a idéia legislativa que é da preservação da memória, que é da conscientização da população a respeito da importância de preservar os mananciais e este recurso natural que é da mais absoluta importância para, enfim, para a vida; sem água nós não sobrevivemos. Então, essa providência já havia sido então tomada.

Eu acho que, muito bem registrado, a mudança do local deve ser feita. A gente já entrou em contato com a Secretaria do Verde para a indicação de uma área onde o Museu possa ser implantado, instalado.

De qualquer forma, a vontade legislativa, a idéia da preservação da água e da memória da cidade, da sua evolução no que diz respeito à tecnologia do tratamento, ela deve ser preservada. Nós, como sempre, estamos absolutamente à disposição para todo e qualquer aprimoramento que possa contribuir para o aprimoramento do projeto e com relação a essa questão eu suponho que a gente consiga, antes do projeto ir à votação final, ter solucionado.
Muito obrigada.

TIÃO FARIAS – Eu gostaria de agradecer ao Sr. Eduardo pelas considerações e pela contribuição à melhoria do projeto. Muito obrigado (2).’

DOCUMENTO DO MOGAVE

No final das intervenções, o Diretor Presidente do Mogave, juntamente com os Diretores Cássio Tramutola e Dino Mottinelli que também estavam presentes, entregaram ao Presidente da Comissão Vereador Tião Farias e à representante do Vereador Goulart Sra. Nazeli um documento do MOGAVE cuja redação complementa minuciosamente o conteúdo da intervenção. O texto do documento é o seguinte:

‘Exmo. Sr. Presidente da
Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente
Câmara Municipal da Cidade de São Paulo

Senhor Presidente,

A Associação Movimento Garça Vermelha (MOGAVE), CNPJ ------------, com sede provisória na Rua -----------------, Jd. Sertãozinho, São Paulo-SP, em referência ao Projeto de Lei nº 33/2010 de 09/02/2010 de autoria do Nobre Vereador Goulart, que cria o Museu da Água, a ser edificado e implantado na área livre à beira da Represa Guarapiranga, com acesso pela Rua Relva Velha, Cidade Dutra, âmbito da Subprefeitura de Capela do Socorro, e dá outras providências, apresentado em 1ª Audiência Pública realizada por esta Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente nesta data, vem à presença de V. Ex.ª para expor e requerer o que segue:

O terreno indicado no Projeto de Lei supracitado situa-se entre o gradil do Parque Nove de Julho e a Rua Relva Velha e foi reservado inicialmente, com outros terrenos à sua direita e esquerda, para a construção de uma calçada destinada a caminhada de usuários na parte externa e ao longo do Parque Nove de Julho, juntamente com uma ciclovia e uma rua de contemplação. Após muitas negociações com o Subprefeito da Subprefeitura da Capela do Socorro o projeto de construção da rua foi suspenso definitivamente, mas sendo mantido os outros segundo informações vigentes até a data de hoje.

Encontra-se, o terreno, em Área de Preservação Permanente (APP), localizado a menos de cinqüenta metros da margem de cota máxima de cheia da Represa de Guarapiranga.

Anteriormente, até o final do ano de 2009, parte do terreno fazia parte do leito da represa abaixo da cota máxima de cheia, atingindo nível acima como resultado de aterro realizado pela Empreiteira a serviço da Subprefeitura da Capela do Socorro, durante a construção do gradil do Parque Nove de Julho. O aterro serviu para nivelar acima da cota máxima de cheia o terreno a fim de fixar o gradil do parque.

O aterro foi completamente irregular, pois, além de se tratar de APP, foi utilizado entulho de construção composto de fragmentos de tijolos, concretos, ferros de construção, pisos de madeiras, sacos de plásticos, lixo de toda a espécie e, também, saibro impermeável, resultando num piso alagável toda vez que chove e estéril, de tal forma que muito tipo de vegetação não mais cresce naquele local. Não havia também o devido licenciamento ambiental.

Por essa razão, o MOGAVE denunciou ao Ministério Público essa situação e também a do próprio Parque Nove de Julho, que, literalmente, é um parque debaixo da água, tendo 80% de sua área situada abaixo da cota máxima de cheia da represa.

A denúncia se transformou em Inquérito Civil Público e, em outubro de 2010, no Processo Público Civil que corre no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo sob o número 053100318188, em fase de julgamento. Uma das exigências que consta do Processo Público Civil por parte do Ministério Público é a remoção do entulho do terreno proposto para construção do Museu da Água e o desfazimento do gradil. Portanto, o terreno está “sub júdice”.

A própria Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo, através da DG3-Sul, autuou a Empreiteira Construtora responsável pelo despejo do entulho, sendo que recentemente foi multada no valor de R$ 1.625.000,00 (Um milhão, seiscentos e vinte e cinco mil reais), além de ser obrigada, segundo a lei, a remover todo o detrito depositado naquele terreno.

No momento, a Empreiteira alega ser impossível a remoção do entulho, pois foram 840 (oitocentos e quarenta) caminhões com carga transportada e despejada no local, cada um com 20 m³ (vinte metros cúbicos) de detritos. Esse é o volume total que foi cobrado da Prefeitura pelo serviço prestado, segundo dados da própria Empreiteira em sua defesa.

Diante do exposto, considerando que o terreno indicado para a construção do Museu da Água no Projeto de Lei nº 33/2010 de 09/02/2010 de autoria do Nobre Vereador Goulart situa-se em APP, encontra-se sub júdice, com processo correndo no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para que se remova o entulho ilegalmente despejado no terreno, fazendo com que o seu nível volte a ser abaixo da cota máxima de cheia da represa, abaixo da linha de água em termos literais e, também, a fim de que não se dê um mau exemplo à população de propor construção de prédios dentro de áreas de preservação permanentes, portanto proibidas por lei, num exemplo saudável e didático que o Poder Público deve dar, requer a V. Ex.ª que sejam adotadas providências necessárias para que se elabore uma Emenda ao Projeto de Lei apresentado indicando outro local de construção do Museu da Água, que respeite o cumprimento das leis ambientais vigentes ou, na impossibilidade dessa alternativa, que o referido Projeto de Lei obtenha parecer desfavorável por parte dessa Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente.

Pede deferimento.

São Paulo, 02 de maio de 2012.

_______________________________________
Eduardo Melander Filho
Diretor Presidente
Associação Movimento Garça Vermelha
MOGAVE’

2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA – 16.05.2012

A seguir, a transcrição da Segunda Audiência Pública, que contou também com a presença do Vice Presidente Financeiro do MOGAVE Dino Mottinelli (3):

‘TIÃO FARIAS – Há um orador inscrito que é o Sr. Eduardo Melander Filho. Por favor, o Sr. já se posicionou na Primeira (Audiência Pública) e vai se posicionar na Segunda. Tenha a palavra, por gentileza.

MELANDER – Nobres Vereadores, Excelentíssimo Sr. Presidente:

Como já foi dito na Primeira (1ª) Audiência Pública realizada no dia 02.05, nós, representando a Associação Movimento Garça Vermelha, cuja sede, por coincidência, fica próxima ao terreno citado no Projeto de Lei Nº 33 de 2010 do Vereador, do Nobre Vereador Goulart.

O texto diz o seguinte: “Cria o Museu da Água a ser edificado na área livre à beira da Represa Guarapiranga com acesso pela Rua Relva Velha, Cidade Dutra, âmbito da Subprefeitura Capela do Socorro e dá outras providências”.

Bem, na ocasião nós fizemos a seguinte colocação: Esse terreno é um terreno sub judice, localizado em APP. Encontra-se no Tribunal de Justiça em fase de julgamento, porque nesse terreno foram jogados... era um terreno abaixo da linha d’água, abaixo da cota máxima de cheia da Represa de Guarapiranga, foram jogados oitocentos e quarenta (840) caminhões de entulhos, eu repito, oitocentos e quarenta (840) caminhões de entulho, cada um com vinte (20) toneladas, tudo isso para aplainar o terreno, colocá-lo acima da linha máxima de cheia para que se colocasse o gradil, o gradil do Parque Nove de Julho.

Bem, além disso, corre um outro processo que nós já colocamos, é no âmbito da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, justamente em cima da empreiteira, porque, além do mais, parece que não havia nem licença de transporte desse material.

Bem, enfim, esse terreno, ele encontra-se sub júdice. Nós, na ocasião, na última Audiência Pública, nós pedimos que fosse feito um Substituto alterando a localização. Se é para existir o Museu que seja em outro local, mas não nesse local.

Na ocasião, também, a Sra. Nazeli, que é Assessora do Vereador Goulart, disse-nos que já sabia dessa informação e que já havia encaminhado a mudança de um Substituto que iria confirmar, não sei se confirmou ou não, e que já tinha pedido à Secretaria do Verde e Meio Ambiente a mudança do local.

Ora, por que nós estamos insistindo em mais uma intervenção nesta Segunda (2ª) Audiência Pública¿ Porque nós entendemos que se está sendo apresentada em Segunda (2ª) Audiência Pública é que não houve nenhuma alteração do status inicial da primeira apresentação. Então voltamos a insistir.

Nós entregamos também um documento a essa Presidência que também foi encaminhado ao Vereador Goulart. Esse documento diz o seguinte em seu final, que é o pedido que fazemos, insistimos: “O terreno” encontra-se, “situa-se em APP, encontra-se sub judice, com processo correndo no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para que se remova o entulho ilegalmente despejado no terreno, fazendo com que o seu nível volte a ser abaixo da cota máxima de cheia da represa, abaixo da linha de água em termos literais e, também, a fim de que não se dê um mau exemplo à população de propor construção de prédios dentro de áreas de preservação permanentes, portanto proibidas por lei, num exemplo saudável e didático que o Poder Público deve dar, requer a V. Ex.ª que sejam adotadas providências necessárias para que se elabore uma Emenda ao Projeto de Lei apresentado indicando outro local de construção do Museu da Água, que respeite o cumprimento das leis ambientais vigentes ou, na impossibilidade”, e se não houver possibilidade, nós pedimos “que o referido Projeto de Lei obtenha parecer desfavorável por parte dessa Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente.”

Eu agradeço a todos.

VEREADOR JUSCELINO GADELHA (INTEGRANTE DA COMISSÃO DE POLÍTICA URBANA, METROPOLITANA E MEIO AMBIENTE – PSB) – Pela ordem, Sr. Presidente!

TIÃO FARIAS – Pela ordem o Vereador Juscelino Gadelha. Aliás...

JUSCELINO GADELHA – Sr. Eduardo...

TIÃO FARIAS - ...eu anuncio a presença do Vereador Juscelino Gadelha.

JUSCELINO GADELHA – Sr. Eduardo, por favor, o Sr. é contra ou a favor do Museu¿ Essa é a primeira pergunta!

MELANDER – Acho que deixamos bem claro que não somos contra a criação do Museu.

JUSCELINO GADELHA – Não são contra a criação do Museu, é isso¿ Tá, não são. Porque eu peguei isso da metade para cá, por isso fiz a pergunta.

Segunda pergunta seguinte: Nessa área que ele está propondo para o Museu, que você disse que tem lá invasão de entulho, aquelas coisas, tudo mais, qual é a proposta de ocupação desse terreno, de vocês¿

MELANDER – Olha, esse terreno encontra-se sub júdice. O processo no Tribunal de Justiça é o de número 053.100.318.188 ...

JUSCELINO GADELHA – Tudo bem...

MELANDER - ...O propósito inicial desse terreno, que é uma faixa que fica entre o gradil do Parque Nove de Julho e das residências que ficam do outro lado, é uma faixa de mais ou menos cinqüenta (50) metros (na verdade mais ou menos vinte {20} metros), por aí.

Há... Havia o projeto de construção de uma rua. Esse projeto caiu depois de negociações que a nossa Associação, o MOGAVE, efetuou com o Subprefeito Valdir Ferreira, na ocasião, da Subprefeitura da Capela do Socorro.

Existe um projeto de construção nessa parte externa, veja bem, de uma calçada de caminhada e também de uma ciclovia. Esse projeto, a dois (2) anos existe a idéia, mas não foi apresentado até o momento.

Nós estamos, nós, particularmente, nós estamos elaborando um projeto para que toda essa área, porque a área, além do mais, ela também era arborizada, ela foi desmatada. Então, nós estamos com um projeto, que nós vamos apresentar em breve, de rearborização dessa área, de reflorestamento dessa área, que é o melhor para a região.

JUSCELINO GADELHA – A terceira pergunta é a seguinte: O Sr. tem algum vínculo com esse terreno, de propriedade desse terreno, ou não¿

MELANDER – Esse terreno é um terreno público.

JUSCELINO GADELHA – Por que está sub judice então¿

MELANDER – Está sub judice exatamente porque é área de APP em que foi jogado entulhos. Área de APP que fica situada a menos de cinqüenta (50) metros do nível máximo de cheia da Represa de Guarapiranga.

JUSCELINO GADELHA – Ah! Entendi.

TIÃO FARIAS – Sr. Eduardo...

JUSCELINO GADELHA – Só para terminar a minha... Então é o seguinte: Só para o Sr. compreender, as Audiências Públicas, elas têm que ocorrer. Tem que passar duas Audiências Públicas no projeto... Depois disso alguém vai relatar. Alguém da Comissão, o Vereador Paulo Frange, o Vereador... Você ia falar então (dirigindo-se ao Presidente Tião Farias)... Só para... Está bom... Desculpe Sr. Presidente!

TIÃO FARIAS – Obrigado Juscelino. Só para informar o Sr. Eduardo, primeiro que já estão anexados já ao projeto um documento enviado pela Entidade, o Movimento Garça Vermelha, informado no dia dois (2) de maio. Foi justamente no dia da Primeira (1ª) Audiência. Já consta, já, já está anexado no PL.

Então, Sr., é o seguinte: eu não designei ainda o Relator. Mesmo que o proponente não mude, como disse a Secretária, a Assessora que veio aqui na Primeira (1ª) Audiência, eu vou... designando o Relator, gostaria que o Sr. deixasse o seu... eu já tenho aqui, mas... telefone, e vou pedir para o Relator, que eu vou designar ainda, para ele entrar em contato com o Sr. para fazer as devidas... já conversa com ele para fazer o Substitutivo. Está bom¿

MELANDER – Eu... Nós agradecemos lá da região, em nome da Associação, do MOGAVE, e peço desculpas pela nossa redundância e agradeço a atenção que mais uma vez vocês dispensaram à nossa fala.

TIÃO FARIAS – O Relator que eu vou designar, ele vai procurar o Sr. para o Sr. contribuir ainda mais para o... porque o Sr. não é contra e nós também... e ninguém aqui da Comissão é contra o Museu. É evidente que as considerações que o Sr. fez vai ser levada em conta.

JUSCELINO GADELHA – O Sr. Eduardo, o Sr. me diz que lugar que é do Jd. Dutra¿

MELANDER – Não. Na verdade não é bem Cidade Dutra, fica em... é paralelo à Avenida Frederico René Jaegher, perto da antiga OSEC, Unisa. É Rio Bonito na verdade, Jd. das Imbuias.

JUSCELINO GADELHA – Só para entender: aquele caminho que a gente pega na Avenida Atlântica, vira à direita para quem vai para a Unisa...

MELANDER – Isso, exatamente...

JUSCELINO GADELHA – Aquela pontezinha, você vai direto...

MELANDER – Isso, exatamente... A pontezinha segue, segue direto. Aí, quando pegar a bifurcação... fica à direita, bem à direita. É um parque grande. Esse parque começa no, perto do Clube de Campo Castelo...

JUSCELINO GADELHA – Já sei onde é...

MELANDER – Já sabe, não¿

JUSCELINO GADELHA – Obrigado

MELANDER – OK (4).’

REFERÊNCIAS:

(1) Para acessar a gravação em vídeo do trecho transcrito da Primeira (1ª) Audiência Pública do dia 02.05.2012, procurar na coluna à direita deste blog o título “Sites de interesse do Movimento Garça Vermelha” e clicar no subtítulo ‘Câmara Municipal de São Paulo” ou entrar direto no site da Câmara Municipal de São Paulo. Em seguida, clicar em “Auditórios online” do lado direito do site. Depois, clicar na última linha em “Para acessar a Galeria de Vídeos, clique aqui”. Em “Buscar Vídeos” digite “02/05/2012” e em “Todas categorias” clique em “Comissões – Audiências Públicas” e em “Buscar”. Sempre em seguida, clique sobre o vídeo de “Audiência Pública da Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente - 02/05/2012 – 10h00 Plenário 1º de Maio – Categoria: Comissões – Audiências Públicas”. Por último, adiante o cursor do tempo de gravação para o horário de “11:35”. A gravação do trecho se encerra em “11:43”. (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Serviço Público. Disponível em: . Acesso em: 29 mai 2012).
(2) MELANDER FILHO, Eduardo. Intervenção na Audiência Pública da Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo em 02 mai de 2012. In: CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Serviço Público. Disponível em:
. Acesso em: 29 mai 2012.
(3) Para acessar a gravação em vídeo do trecho transcrito da Segunda (2ª) Audiência Pública do dia 16.05.2012, procurar na coluna à direita deste blog o título “Sites de interesse do Movimento Garça Vermelha” e clicar no subtítulo ‘Câmara Municipal de São Paulo” ou entrar direto no site da Câmara Municipal de São Paulo. Em seguida, clicar em “Auditórios online” do lado direito do site. Depois, clicar na última linha em “Para acessar a Galeria de Vídeos, clique aqui”. Em “Buscar Vídeos” digite “16/05/2012” e em “Todas categorias” clique em “Comissões – Audiências Públicas” e em “Buscar”. Sempre em seguida, clique sobre o vídeo de “Audiência Pública da Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente - 16/05/2012 – 10h00 Plenário 1º de Maio – Categoria: Comissões – Audiências Públicas”. Por último, adiante o cursor do tempo de gravação para o horário de “11:48”. A gravação do trecho se encerra em “12:01”. (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Serviço Público. Disponível em:
. Acesso em: 29 mai 2012).
(4) MELANDER FILHO, Eduardo. Intervenção na Audiência Pública da Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo em 16 mai de 2012. In: CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Serviço Público. Disponível em:
. Acesso em: 29 mai 2012.

Nenhum comentário: