Professor
Eduardo Melander Filho
A Subprefeitura
da Capela do Socorro está efetivando uma obra na intersecção na Avenida
Frederico René Jaegher com a Rua José Solana, onde já foram realizados trechos
de asfaltamento e redirecionamento de tráfego, construção de calçadas, alargamento
da Avenida e duplicamento de uma parte da Rua José Solana. A placa da
Prefeitura afixada no local se referencia no “Processo 2014 – 0.187.366-5”, que
segundo dados do processo registrado no SIMPROC é relativo à “contratação de
empresa especializada para execução parcial de passeio acessível – Av.
Frederico René Jaegher próximo à Rua Relva Velha”.
A obra desde o
início causou polêmica, porque cortaram algumas árvores de pequeno porte e um
bambuzal de pelo menos sessenta anos de existência, além da total desinformação
da população. “Desde que me conheço por gente aquele bambuzal existia”,
declarou um ambientalista nascido na região.
Devido ao
impacto causado ao meio ambiente, o MOGAVE mandou um ofício à Subprefeita da
Capela do Socorro solicitando uma reunião, no que fomos atendidos.
Durante a
reunião, explicaram-nos que a supressão do bambuzal foi necessária para
alargamento da pista carroçável e construção de uma calçada para pedestres
(realmente não existia calçada naquele trecho), respaldada pelo devido
licenciamento ambiental e trâmites legais. Garantiram-nos também que o conjunto
da obra levava em consideração preservar árvores do canteiro central, com um
mínimo de impacto negativo ao meio ambiente.
Passados mais ou
menos dois meses, eis que a comunidade recebe um presente: sem nenhuma razão
plausível, CORTARAM UMA ÁRVORE DE OITENTA/NOVENTA ANOS NO DIA INTERNACIONAL DO
MEIO AMBIENTE. Nem se preocuparam em adaptar o projeto ao contorno da árvore ou
numa arquitetura que privilegiasse o humano. Tampouco em levar em consideração
os valores históricos-culturais-afetivos que aquela árvore inspirava nas
pessoas, nas suas relações do dia a dia. “Trata-se de uma metáfora daquilo que
o poder público diz e aquilo que efetivamente faz”, disse um morador. “Uma
velha e generosa senhora que morreu, mas não de causas naturais; foi
assassinada”, disse outra moradora.
A Prefeitura de
São Paulo é a responsável por esse verdadeiro CRIME AMBIENTAL, tenha o corte da
árvore sido respaldado legalmente ou não. As Coordenadorias de Obra e de
Projetos da Subprefeitura da Capela do Socorro, que foi a executora, também têm
responsabilidade direta: seja por omissão ou conivência.
Inadmissível que
passados anos após a ditadura militar a política do fato consumado é o que
prevalece, com a população nunca sendo consultada sobre nada. Talvez por isso
os diversos conselhos gestores existentes estão sendo esvaziados e reduzidos em
quantidade de participantes, diminuindo cada vez mais o contato do poder
público com a sociedade civil. Prova disso é o Conselho Regional de Meio
Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz da Capela do Socorro,
que no último mandato (2010/2012) conseguiu resolver antecipadamente problemas
como esse, conforme ocorreu com as árvores centenárias da Avenida Alcindo
Correia (1). Desde 2012 que o MOGAVE pede a realização de nova eleição e
somente agora que vai ser convocada.
A Associação
Movimento Garça Vermelha repudia veementemente esse ato unilateral e tomará
todas as providências para que isso não fique impune, para que não mais volte a
se repetir situações como essa.
REFERÊNCIA
Um comentário:
mais uma vez fico indignado, puto mesmo !!
mas não surpreso... infelizmente o discurso desta administração absolutamente não condiz com os seus atos;
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