Fauna Inventariada pela Prefeitura de São Paulo nas Áreas Verdes do Município

Ave aquática do Parque São José

Ivone Taiariol (1)

Em 21 de Maio de 2010, o Diário Oficial do Município de São Paulo publicou um suplemento de nº. 94, contendo o resultado de um estudo realizado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, intitulado “INVENTÁRIO DA FAUNA DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO - 2010”.

Esse documento divulga listagens descrevendo a fauna observada em 81 áreas dentro do Município de São Paulo, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, Parques Municipais e Estaduais, Parques Lineares e outras áreas verdes de interesse, tendo sido computadas 700 espécies diversas.

O encarte completo contém 114 páginas.

Limitamo-nos ao resumo do inventário das listagens atribuídas aos Parques Lineares Nove de Julho e São José (ambos agrupados pela Prefeitura para fins desse estudo) e aos vizinhos próximos, por área contígua, conforme indicados pelas coordenadas geográficas do inventário, ou seja: Parque Castelo-Dutra e Clube de Campo São Paulo, tendo o Parque Nove de Julho entre eles.

A fauna dos três Parques e do Clube de Campo foi compilada do Inventário.

Os dados completos do estudo poderão ser obtidos consultando-se o Suplemento no. 94 do D.O.M.S.P. de 21/05/2010.

A análise que faremos a seguir está focada na fauna inventariada nos três Parques Lineares (Nove de Julho, São José e Castelo-Dutra) e no Clube de Campo S.Paulo. O motivo dessa análise é o risco de desequilíbrio e/ou desaparecimento dessa fauna em conseqüência das obras realizadas pela própria Prefeitura dentro da águas da Represa de Guarapiranga na região geográfica dos Parques e do Clube de Campo.

Os três Parques sofrem a intervenção das obras justamente na região em que inúmeras espécies inventariadas mantêm seu habitat natural, como por exemplo: as aves aquáticas e de brejo. A região geográfica do Clube de Campo São Paulo, vizinha ao Parque Linear São José, pela proximidade das áreas afetadas, também está sujeita à alteração do equilíbrio de sua riquíssima fauna, inventariada pela própria Prefeitura.

RESUMO DO INVENTÁRIO DE FAUNA REALIZADO PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO-2010

A PUBLICAÇÃO DO INVENTÁRIO ACIMA ATRIBUI OS SEGUINTES CRÉDITOS:

Secretaria do Verde e do Meio Ambiente: Secretário: Eduardo Jorge Martins Sobrinho;
Diretor do Departamento de Parques e Áreas Verdes: Carlos Roberto Fortner;
Diretora da Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre: Vilma Clarisse Geraldi;
Coordenadora do Projeto de Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo: Dra. Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães;
Compilação das listas de fauna: Dra.Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães, Juliana Laurito Summa, Marcos Antônio Melo;
Revisores, Observadores Principais, Observadores Auxiliares Colaboradores.

INTRODUÇÃO RESUMIDA

Na introdução do texto publicado, diz a Prefeitura:

“A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente - SVMA, com o objetivo de subsidiar e dar diretrizes às ações ambientais, no âmbito do município de São Paulo, desenvolve projetos de levantamento de biodiversidade em diversas áreas. O conhecimento sobre a flora e a fauna silvestres é o ponto de partida para a elaboração de plano de manejo e conservação de áreas verdes sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental, já que a relação das espécies que ocorrem em um ambiente é indicativa do grau de preservação do mesmo. As informações obtidas a partir destes estudos são utilizadas para subsidiar o manejo da fauna que ocorre no município, a elaboração e análise de estudos e relatórios de impacto ambiental EIA/RIMAs, o diagnóstico, bem como programas e ações de educação ambiental” (DOMSP, suplemento 94).

...”são apresentadas 82 listas preliminares da fauna silvestre, resultantes dos registros obtidos nos períodos de 1993 a 2010 em áreas que abrangem Parques Municipais, Áreas verdes significativas e Parques e Unidades de Conservação Estaduais, localizadas no Município de São Paulo” (DOMSP, suplemento 94).

Uma das espécies de Pica-Pau da orla da Guarapiranga

CONSIDERAÇÕES:

É importante ressaltar que, conforme demonstrado no Inventário, OS PARQUES LINEARES NOVE DE JULHO E SÃO JOSÉ, PARQUE CASTELO-DUTRA E CLUBE DE CAMPO SÃO PAULO, apresentam um número de espécies observadas bem maior e mais rica pela sua variedade, do que o registrado em outros Parques do entorno da Represa de Guarapiranga, constituindo-se em uma reserva faunística especial pela sua variedade.

Foram observadas nas áreas do Clube de Campo São Paulo 118 espécies, nos Parques Lineares Nove de Julho e São José 160 espécies e no Parque Linear Castelo-Dutra 67 espécies.

O inventário indica a primeira vez em que a espécie foi avistada.

Há que se considerar que, devido às obras que a Sub-Prefeitura de Capela do Socorro realiza dentro do corpo d’água da Represa de Guarapiranga nos Parques Nove de Julho e São José, com construções de concreto, destruição da mata ciliar, da vegetação e espécies arbóreas, O MEIO-AMBIENTE DESTA ÁREA GEOGRÁFICA ESTÁ TOTALMENTE ALTERADO E DESEQUILIBRADO POR INTERFERÊNCIA DO PODER PÚBLICO, COM RETIRADA E DESTRUIÇÃO DO IMPRESCINDÍVEL E DELICADO CONTEXTO DE VIDA DA FAUNA LOCAL INVENTARIADA PELA PROPRIA PREFEITURA.

A observação diária feita por moradores, ou até por qualquer transeunte da região, é que os sagüis, antes avistados ao longe, agora se dirigem às ruas asfaltadas, utilizando-se dos cabos telefônicos interligados às residências, em busca de alimentos e estão procurando fazer sua morada em árvores altas, nos quintais de residências daquelas áreas.

Foi avistado, recentemente, pela primeira vez na região, um casal de jacuaçu pousando em algumas residências em um dos bairros limítrofes ao Parque Nove de Julho em busca de alimentos.

Na mesma localidade, no final do ano de 2009, foi avistada por vários moradores, durante algumas noites, uma Mãe-da-Lua em árvores altas, em terreno baldio.

Esses fatos demonstram o desnorteamento demonstrado pelo novo comportamento dessas aves e animais.

Algumas aves aquáticas podem ser avistadas acocoradas nas passarelas de concreto construídas dentro do corpo dágua da represa pela Prefeitura, nos mesmos locais onde antes essas aves pousavam sim, mas sobre a vegetação e taboal ora parcialmente dizimados pela Prefeitura.

Fica evidenciada a debandada de certas espécies do entorno da represa em direção ao asfalto, após o início das obras e do trabalho pesado dos tratores.

Quanto às aves, não sabemos para onde estão migrando, mas é certo que já não podem ser avistadas com a mesma freqüência com que eram avistadas antes do inicio das obras.

É alto o número total de espécies inventarias pelo biólogo MARCOS ANTÔNIO MELO da Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre, nos Parques Lineares Nove de Julho e São José, no período de observação compreendido entre os anos de 1997 e 2009.

De acordo com critérios científicos descritos no Inventário, VINTE E QUATRO ESPÉCIES OBSERVADAS NOS PARQUES NOVE DE JULHO E SÃO JOSÉ APRESENTAM ALGUM GRAU DE RISCO.

ACRESCENTE-SE A ESTE NÚMERO A ESPÉCIE OBSERVADA EM 2004: PAPAGAIO-VERDADEIRO, O QUE PERFAZ O TOTAL DE 25 ESPÉCIES QUE APRESENTAM ALGUM GRAU DE RISCO OU AMEAÇA.

O grau e a categoria de ameaça em que essas 25 espécies foram enquadradas, conforme definido pelo Inventário, estão relacionados nas páginas do relatório.

Fica evidente que qualquer desequilíbrio no corpo dágua da represa e na flora que a margeia, na altura dos Parques Lineares Nove de Julho - São José terá impacto direto no ambiente circunvizinho próximo, motivo pelo qual levamos em consideração o inventário da fauna na área contígua, ao redor da Represa, aqui representada, por um lado pelo Parque Linear Castelo-Dutra e por outro pelo Clube de Campo São Paulo, conforme coordenadas geográficas indicadas pelo Inventário.

ALGUNS RESULTADOS DO INVENTÁRIO EM REGIÕES PRÓXIMAS AOS PARQUES NOVE DE JULHO/SÃO JOSÉ, NA REGIÃO DA REPRESA DE GUARAPIRANGA:

Parque Guarapiranga (Socorro): 92 espécies observadas;
Parque Embu - Mirim (Jardim Ângela): 111 espécies observadas;
Parque Jacques Costeau (Socorro): 48 espécies observadas;
Parque Castelo-Dutra (Cidade Dutra): 67 espécies observadas;
Parque M’Boi Mirim (Campo Limpo): 63 espécies observadas;
Clube de Campo São Paulo: 118 espécies observadas;
Parques Nove de Julho e São José: 160 espécies observadas.

Do total de 118 espécies observadas no Clube de Campo São Paulo, 46 espécies requerem atenção especial por apresentarem algum grau risco ou de ameaça e das 67 espécies observadas no Parque Castelo-Dutra, 11 espécies encontram-se nas mesmas condições.

Saguí das cercanias do Parque Nove de Julho

CONSEQUÊNCIAS

Os moradores do entorno do Jardim Represa, Jardim Sertãozinho, Vila da Represa, Jardim das Praias e Jardim Pombal, observam estarrecidos à destruição do meio-ambiente que vem ocorrendo na Represa de Guarapiranga pela Sub-Prefeitura de Capela do Socorro:

- com o desfiguramento da região, de seu delicado equilíbrio entre fauna e flora locais;

-com a contaminação do corpo d’água pelo afluxo de lixo advindo da construção e uso de passarelas de concreto e gradis dentro das águas. O lixo que pode ser observado com freqüência: garrafas pet, latinhas descartáveis, roupas, objetos diversos, óleo (descarregado por motocicletas que circulam sobre a passarela, além dos carros dentro dos Parques), fezes de animais de animais domésticos, cimento, pedras, objetos diversos, mochilas, bombonas de produtos químicos, etc.;

- com os aterros realizados com terra e entulho, acobertados por tapetes de grama lançados sobre tais materiais pela Prefeitura;

- com o assoreamento da represa provocado pelas construções de concreto e pedras, realizadas dentro das águas;

- com o aterramento de olhos dágua pelos tratores das obras;

- com a destruição da mata ciliar, da vegetação nativa, de algumas espécies arbóreas, do taboal, do brejo nativo e do grave prejuízo à fauna local, exaustivamente identificada no Inventário da Prefeitura;

- com o desaparecimento de certas espécies da avifauna durante e após a realização das obras, tais quais, por exemplo, as aves predadoras de comportamento arredio, como os gaviões, falcões e corujas, rapinantes do topo da cadeia trófica, os ratões-do-banhado que estão rareando, bem como as aves migratórias visitantes dos hemisférios norte ou sul, tais quais os maçaricos, a águia pescadora, o falcão-peregrino;

- com o desaparecimento dos tico-ticos que faziam seus ninhos em forma de tigelinha, escondidos embaixo do capim e outras aves;

- com o afugentamento das espécies por invasão e destruição de seu habitat pela Prefeitura;

- com o fato da Prefeitura, após destruir a vegetação nativa, introduzir espécies exóticas (placas de grama) em projeto paisagístico que desconsidera as características da área de preservação ambiental e o ambiente necessário à preservação da fauna nativa.

Por fim, cabe salientar que, nos Parques Lineares Nove de Julho e São José, o Inventário registra a existência de avifauna significativamente rica e variada, cujas características merecem receber do Poder Público especial atenção, visando à preservação desse patrimônio. Para tanto, deveria realizar a defesa do meio-ambiente.

Ressalte-se que a própria Prefeitura afirma no corpo do referido Inventário:

”a relação das espécies que ocorrem em um ambiente é indicativa do grau de preservação do mesmo” (DOMSP, suplemento 94).

A realidade, contudo, mostra que a própria Prefeitura agride e altera as condições da flora em tal amplitude que causa danos irreparáveis às espécies da fauna, principalmente àquelas identificadas no Inventário em situação de algum grau de risco ou ameaça.

“RELAÇÃO DAS ESPÉCIES INVENTARIADAS:

ÁGUIA-PESCADORA
ALEGRINHO
ALMA-DE-GATO
ANDORINHA-D0-CAMPO
ANDORINHA-DE-COLEIRA
ANDORINHA-DE-SOBRE-BRANCO
ANDORINHA-DO-TEMPORAL
ANDORINHA-PEQUENA-DE-CASA
ANDORINHA-SERRADOR
ANÚ-BRANCO
ANÚ-PRETO
ARREDIO-PÁLIDO
ASA-BRANCA
BANDEIRINHA
BATUIRUÇÚ
BEIJA-FLOR-DE-PEITO-AZUL
BEIJA-FLOR-TESOURA
BENTEVI
BENTEVI-DE-BICO-CHATO
BENTEVI-RAJADO
BENTIVIZINHO-PENACHO-VERMELHO
BESOURINHO-DE-BICO-VERMELHO
BICO-DE-LACRE
BIGUÁ
BIGUATINGA
BIRRO
CAMBACICA
CAMINHEIRO-ZUMBIDOR
CANÁRIO-DA-TERRA-VERDADEIRO
CANELEIRO-DE-CHAPÉU-NEGRO
CAPIVARA
CARACACÁ
CARÃO
CARRAPATEIRO
CAXINGUELÊ (SERELEPE, ESQUILO)
CHOPIN
COCHICHO
COLEIRINHO
CORRUÍRA
CORUCÃO
CORUJA-ORELHUDA
CORUJINHA-BURAQUEIRA
CORUJINHA-DO-MATO
CURICACA
CURUTIÉ
ENFERRUJADO
FALCÃO-DE-COLEIRA
FALCÃO-PEREGRINO
FERRO-VELHO
FIFI-VERDADEIRO
FIGUINHA-DE-RABO-CASTANHO
FILIPE
FRANGO-DÁGUA COMUM
FRANGO-DÁGUA-AZUL
GAMBÁ-DE-ORELHA-PRETA
GARÇA-BRANCA-GRANDE
GARÇA-BRANCA-PEQUENA
GARÇA-MOURA
GARÇA-VAQUEIRA
GARIBALDI
GAVIÃO-CARAMUJEIRO
GAVIÃO-CARIJÓ
GRAÚNA
GUARACAVA-DE-BARRIGA-AMARELA
GUARACAVA-DE-BICO-CURTO
IRERÊ
IRRÊ
JAÇANÃ
JACUAÇU
JOÃO-DE-BARRO
JOÃO-TENENÉM
JURITI-GEMEDEIRA
JURITI-PUPU
JURUVIARA
LAVADEIRA-MASCARADA
MAÇARICO-DE-PERNA-AMARELA
MAÇARICO-GRANDE-DE-PERNA-AMARELA
MAÇARICO-SOLITÁRIO
MÃE-DA-LUA
MAITACA-VERDE
MARIA-CAVALEIRA
MARIA-FACEIRA
MARIQUITA
MARRECA-CANELEIRA
MARRECA-CRICRI
MARRECA-TOICINHO
MARTIN-PESCADOR-GRANDE
MARTIN-PESCADOR-PEQUENO
MARTIN-PESCADOR-VERDE
MERGULHÃO-CAÇADOR
MORCEGO-BEIJA-FLOR
MORCEGO-DAS-LISTAS-BRANCAS-NA-CABEÇA
MORCEGO-DE-LISTRAS-BRANCAS-NA-CABEÇA-E-NAS-COSTAS
NARCEJA
OURIÇO-CACHEIRO
PAPAGAIO-VERDADEIRO
PARDAL
PEITICA
PENEIRA
PERIQUITO-RICO
PERNILONGO-DE-COSTAS-BRANCAS
PÉ-VERMELHO
PIÁ-COBRA
PICA-PAU-ANÃO-BARRADO
PICA-PAU-DE-BANDA-BRANCA
PICA-PAU-DE-CABEÇA-AMARELA
PICA-PAU-DO-CAMPO
PICA-PAU-VERDE-BARRADO
PICAPAUZINHO-VERDE-CARIJÓ
PICHORRÉ
PINTASSILGO
PITIGUARI
POLÍCIA-INGLESA-DO-SUL
POMBA-DE-BANDO
POMBÃO
POMBO-DOMÉSTICO
PREÁ
QUERO-QUERO
QUIRIQUIRI
RATÃO-DO-BANHADO
RATAZANA
RATO-DOMÉSTICO
RELÓGIO
RISADINHA
ROLINHA-ROXA
SABIÁ-BARRANCO
SABIÁ-DO-CAMPO
SABIÁ-LARANJEIRA
SABIÁ-POCA
SACI
SAGUI-DE-TUFO PRETO
SAGUI-DE-TUFO-BRANCO
SAGUI-HÍBRIDO
SAÍ-AZUL
SAÍ-CANÁRIO
SAÍRA-AMARELA
SAÍRA-VIÚVA
SANÃ-CARIJÓ
SANHAÇO-DO-ENCONTRO-AMARELO
SANHAÇU-CINZENTO
SANHAÇU-DO-COQUEIRO
SAPO-CURURU
SARACURA-SANÃ
SAVACU
SOCÒZINHO
SUIRIRI
SURIRI PEQUENO
SURIRI-CAVALEIRO
TALHA-MAR
TESOURA
TICO-TICO
TIÊ-PRETO
TIZIU
TRÊS-POTES
TRILHA-DE-TESTA-VERMELHA
TUIM
TUJU
URUBU-DE-CABEÇA-PRETA
VERÃO”

(DOMSP, suplemento 94).

Ressalte-se, ainda, que muitas espécies existentes observadas pelos moradores na Represa de Guarapiranga não constam desse relatório, seja pela dificuldade ou mesmo impossibilidade de observação, pela metodologia adotada.

Assim, a grande maioria dos ANFÍBIOS não foi relacionada, como por exemplo:

PEQUENAS RÃS E PERERECAS ARBÍCOLAS DE VÁRIAS ESPÉCIES
RÃ-COMUM
RÃ-PIMENTA
RÃ-HÍBRIDA (RÃ PIMENTA COM RÃ-BOI)
OUTRAS ESPÉCIES

Faltaram também os RÉPTEIS:

CANINANA
JARARACA
JARARACA-DO-RABO-BRANCO
JARARACUSSU
JARARACUSSU-DO-BREJO
TEIÚ
DIVERSAS OUTRAS ESPÉCIES DE SERPENTES E LAGARTOS

E PEIXES e ANIMAIS AQUÁTICOS:

ACARÁ-COMUM
ACARÁ-MUSSOLINE
BAGRE-AFRICANO
BAGRE-COMUM
CAMARÃO-DE-ÁGUA-DOCE
CANIVETE
CARANGUEIJO
CARPAS DIVERSAS
CASCUDO
CHARUTINHO
ENGUIA
GUARÚ
LAMBARI-DO-RABO-AMARELO
LAMBARI-DO-RABO-VERMELHO
LAMBARI-GUASSU
MANDI-CHORÃO
MEXILHÃO
MUSSUM
PIAVA
PIRANHA (PIRAMBEBA)
SAGUIRÚ
TABARANA
TABORJA
TAMBIÚ
TILÁPIA-DO-NILO
TILÁPIA-PRETA
TRAÍRA
TUVIRA
OUTRAS ESPÉCIES

O IDEAL É QUE FOSSE EFETUADO UM LEVANTAMENTO TOTAL DAS ESPÉCIES DA FLORA E DA FAUNA DO ENTORNO DA REPRESA DE GUARAPIRANGA, ONDE ESTARIAM INCLUÍDOS OS INSETOS, VERMES E TODAS AS OUTRAS ESPÉCIES AINDA NÃO INVENTARIADAS OU CONHECIDAS.

SEGURAMENTE, AS OBRAS QUE ESTÃO SENDO REALIZADAS EM LOCAIS COMO O PARQUE NOVE DE JULHO, SEM NENHUM LEVANTAMENTO BIOLÓGICO E BOTÂNICO PRÉVIO, PODEM ESTAR EXTERMINANDO ESPÉCIMES ÚNICOS DE HABITAT ESPECÍFICO.

PRECISAMOS TODOS FICAR ALERTAS E COBRAR DOS PODERES PÚBLICOS QUE CUMPRAM A SUA PARTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE.

REFERÊNCIA:
(1)- Ivone Taiariol é Assistente Social, Administradora Hospitalar formada pela Getúlio Vargas e Diretora da Associação Movimento Garça Vermelha.

FONTE:

INVENTÁRIO da Fauna do Município de São Paulo 2010. Diário Oficial Cidade de São Paulo, São Paulo, Ano 55, Número 94, 21 maio 2010. Suplemento. 114 p.

MELANDER FILHO, Eduardo. Represa do Guarapiranga: maravilha artificial. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 25 set 2009 a 08 out 2009. História, p.2.

OBSERVAÇÃO: Para se obter o Inventário completo, procure na coluna da direita desse blog. o título “Sites de interesse do Movimento Garça Vermelha” e clique no subtítulo “Inventário da Fauna do Município de São Paulo 2010”.

Carta de Guarapiranga 2006

Ilha dos Eucalíptos da Represa do Guarapiranga. Também chamada de Ilha dos Macacos por abrigar uma família de Bugíos. Também é residência de muitas Urutús-Cruzeiro.

Ivone Taiariol (1)

Em 2006, há exatos quatro anos , realizou-se em São Paulo o

SEMINÁRIO GUARAPIRANGA 2006

Uma proposição de ações prioritárias para garantir água de boa qualidade para abastecimento público.

Sob a coordenação geral do Instituto Socioambiental-ISA, que para sua realização estabeleceu um conjunto de parcerias através da criação de uma comissão coordenadora do Seminário que teve a duração de três dias em regime de dedicação integral.

Dos trabalhos realizados pelos grupos ali formados resultaram inúmeras propostas de ação, devidamente agrupadas pela sua natureza, mapeadas por eixo temático e área geográfica de abrangência, cronograma de ação por prioridade e entidade responsável pela implementação de cada proposta.

Entendemos que O SEMINÁRIO GUARAPIRANGA 2006 é uma das mais importantes iniciativas ocorridas nos últimos anos, tanto pela abrangência da área geográfica abarcada pelos estudos quanto pela amplitude de participantes do seminário e pela qualidade do conteúdo das propostas de ação apresentadas, com todo o seu significado para a nossa represa.

1) Pela abrangência da área geográfica do estudo, incluída aqui:

a) toda a Bacia Hidrográfica do Guarapiranga, com os rios tributários Embu-Mirim, Embu-Guaçu e Parelheiros, mais córregos e afluentes;

b) a reversão do Rio Capivari para o Rio Embu-Guaçu;

c) a reversão do Braço Taquacetuba da Billings, para o Rio Parelheiros.

2)Pela amplitude e significativa representatividade dos participantes do Seminário:

-representantes da sociedade civil, do setor privado, das Universidades, bem como do poder público municipal e estadual.

3)Pela qualidade do conteúdo:
Foram apresentadas 63 propostas de ações pelos diversos grupos, sendo que o principal objetivo do SEMINÁRIO foi, e é a viabilização da GUARAPIRANGA como manancial produtor de água de boa qualidade para o abastecimento público.

Além das propostas de ações devidamente compiladas numa publicação, o SEMINÁRIO gerou um produto, que é a CARTA DA GUARAPIRANGA, que passamos a reproduzir a seguir, baseada em considerações e norteada por princípios que pautaram as estratégias assumidas pelos participantes.

CARTA DA GUARAPIRANGA

ÁGUA BOA PARA OS PRÓXIMOS 100 ANOS DA REPRESA

Nos dias 30 e 31 de maio e 1 de junho de 2006, reuniram-se no Solo Sagrado de Guarapiranga, 162 representantes de diferentes instituições para participar do Seminário Guarapiranga 2006. O objetivo do seminário foi propor ações, internas e externas à bacia, para viabilizar a Guarapiranga como manancial produtor de água de boa qualidade e a sua implementação por meio de compromissos com gestores públicos e demais atores sociais.

Considerando que:

. A água é um bem comum e o acesso a ela é um direito que deve ser assegurado a todos;

. A represa Guarapiranga completa neste ano seu primeiro centenário como principal fonte de água para 3,7 milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo;

. A Bacia Hidrográfica da Guarapiranga ocupa uma área de mais de 630 km2 e abrange os municípios de Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Juquitiba, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra e São Paulo;

. A metade de sua bacia hidrográfica está alterada por usos humanos, muitas vezes de forma a comprometer a produção e fluxo de água em suas nascentes, córregos e rios;

. A urbanização de boa parte da bacia provoca um aumento grave na poluição direta despejada nos cursos da água e na própria represa e compromete diretamente a qualidade de vida da população residente na região;

. A atual situação de degradação ambiental é decorrente da prevalência de interesses econômicos e privados sobre os públicos, acarretando em perda de patrimônio comum.

Os integrantes do poder público, sociedade civil organizada, universidades, movimentos sociais, clubes, empresários, moradores da região e demais consumidores de água da Guarapiranga presentes no Seminário, decidiram se unir de maneira ativa para a recuperação e preservação de sua Bacia Hidrográfica, guiados pelos seguintes princípios:

. Todas as ações, programas e projetos a serem desenvolvidos na região devem pautar-se por princípios de ética, transparência, universalização e compartilhamento das informações e do conhecimento, e ampla participação da sociedade;

. A Bacia Hidrográfica da Guarapiranga, que presta importante serviço ambiental de produção e purificação de água, estratégico para a sobrevivência na Região Metropolitana de São Paulo, deve ter suas funções garantidas e melhoradas, de forma a não colocar em risco a saúde e a qualidade de vida da população;

. As ações do poder público e do setor privado não podem colocar em risco os serviços ambientais prestados pela Bacia de Guarapiranga e o direito de acesso à água.

Estes princípios pautam as seguintes estratégias assumidas pelos atores aqui reunidos, nas suas respectivas esferas de atuação e responsabilidade:

. Prover aos moradores da região serviços de saneamento adequados, incluindo abastecimento de água, sistemas alternativos de drenagem, coleta, afastamento e tratamento de esgotos e gestão integrada de resíduos sólidos no território da RMSP, para garantir qualidade de vida e não ameaçar a qualidade do manancial;

. Valorizar os serviços ambientais de forma a criar um fluxo de recursos financeiros permanentes para sua manutenção, envolvendo o público consumidor neste processo;

. Incentivar as atividades compatíveis com a produção de água, para envolvimento e sustentação das comunidades que vivem na região e para prover a RMSP de outros serviços como os ligados ao lazer, turismo, agricultura urbana e peri-urbana, manejo florestal e agro-florestal;

. Fomentar ações educativas, formais e não formais, que tenham no conteúdo, temas ligados a questões ambientais, em particular à água;

. Efetivar o processo participativo de gestão das áreas de mananciais como condição de viabilizar a produção de água de boa qualidade, buscando prioritariamente soluções locais;

. Rever a ação pública nesse âmbito de forma a garantir o compartilhamento dos instrumentos, informações e ações para a tomada de decisão;

. Articular as políticas para reverter e evitar investimentos e ações promotores ou indutores de degradação dessas áreas;

. Reorientar o crescimento da RMSP para áreas já dotadas de condições urbanas e infra-estrutura, que vem perdendo população para as áreas periféricas;

. Exigir ações governamentais de controle de indução à ocupação e compensações permanentes proporcionais aos impactos que o Rodoanel já está gerando na região;

Essas estratégias se materializam no conjunto de 63 ações propostas pelos participantes do Seminário Guarapiranga 2006 para viabilizar a represa como produtora de água de boa qualidade para os próximos 100 anos.

São Paulo, 1 de junho de 2006” (Seminário Guarapiranga 2006, pgs. 11/12).

Referência: (1)

Ivone Taiariol é Assistente Social, Administradora Hospitalar formada pela Getúlio Vargas e Diretora da Associação Movimento Garça Vermelha.

Fonte:

SEMINÁRIO Guarapiranga 2006: Proposição de ações prioritárias para garantir água de boa qualidade para abastecimento público. São Paulo: Dezembro, 2006.

Obs.: Para se obter a cópia digital da publicação “Seminário Guarapiranga 2006”, procurar na coluna à direita desse blog. o título “Sites de interesse do Movimento Garça Vermelha” e clicar no subtítulo “ISA – Instituto Sócio Ambiental”. Lá é só acessar: “Seminário Guarapiranga 2006”.

Carta de um Leitor do MOGAVE

Parque Castelo


alimentado por um córrego fétido e ao lado do lixo


Recebemos a seguinte mensagem de um leitor do nosso blog. que é residente das proximidades do Parque Castelo e que pediu para que não revelássemos seu nome nesse artigo.

Tratando-se de uma região que até há pouco tempo tínhamos poucas notícias, consideramos de bom tom revelar através desse instrumento de divulgação público o ponto de vista daquele morador.

Qualquer pessoa que quiser fazer alguma denúncia referente às violações e agressões ao meio ambiente nos entornos das Represas Guarapiranga e Billings, bem como nos rios, córregos e canais que as alimentam e as interligam, enviem mensagem ao nosso correio eletrônico (endereço na tarja de apresentação desse blog.) que publicaremos, desde que não ofensivo às pessoas e de conteúdo justo. Protegeremos o sigilo do seu nome se assim for seu desejo.

Abaixo, a mensagem desse nosso leitor:

“Boa noite:

Meu nome é Fernando Pérsio (nome fictício). Sou morador do Parque do Castelo e, em primeiro lugar, gostaria de parabenizar o MOGAVE pela iniciativa da preservação da nossa querida represa e da defesa da nossa água.

Gostaria de saber como participar mais ativamente. Também saber se existe mais informações sobre a implantação do Parque do Castelo.

Construíram um mirante e um "deck" pesqueiro e um novo gradil. Instalaram uma guarita e equipamento para ginástica para idosos.

O córrego está muito sujo, existindo constante despejo de lixo e sujeira. O acesso está tomado por construções irregulares que não param de crescer, inclusive na beira do córrego. O "deck" e o equipamento de ginástica já estão se deteriorando. Um absurdo e um descaso com nosso dinheiro e com a nossa represa.

Estou à disposição para informações e fotos do local como as que seguem em anexo”.