Entrevista de Militantes do MOGAVE: Artigos em TV e jornais publicados no primeiro semestre de 2011

6º Abraço Guarapiranga

Professor Eduardo Melander Filho


Publicamos nesse artigo dez reportagens, totais ou parciais, nas quais são citados nomes de militantes da Associação Movimento Garça Vermelha concedendo entrevistas ou fazendo comentários.

Temos dois objetivos nessa publicação.

O primeiro é o de realizar o registro histórico dessas reportagens, que pela primeira vez fazem citação direta do Movimento Garça Vermelha e da Associação, assim como o vínculo dos entrevistados com a nossa organização. Em 2010 citavam apenas que “fulano é morador da região”.

O segundo é que, apesar de todas essas reportagens já terem sido divulgadas e muitos vídeos estarem anexados em nosso blog, as gravações em vídeo dos programas em televisão, algumas, estão sendo desativadas. É o caso dos vídeos do “Flutuador”: algumas só aparecem em “voz” e outras nem em voz mais.

Assim realizamos essa tarefa de “recolha” do material, anexando em sua integridade ou transcrevendo do som e imagem para linguagem escrita, no caso apenas uma parcialidade da reportagem completa, pois o trabalho de transcrição não é nada fácil.

Registro histórico, recolha, trabalhos que são necessários, muito além de uma simples ação arquivística é uma ação pedagógica destinada a fornecer subsídios aos nossos da linha de frente e também aos simpatizantes e colaboradores.

Esperamos que gostem e aproveitem o conteúdo.


- FLUTUADOR PASSA PERTO DE PARQUE EM CONSTRUÇÃO (1)

“A expedição do flutuador, que mede o nível de oxigênio na água, está navegando pela represa Guarapiranga e hoje passou pertinho de um parque que está sendo para proteger as margens da represa”

“...pelo menos essa era a intenção. Moradores da região não gostaram da obra não. Dizem que destruiu muita coisa que tinha nessa área, como uma nascente, por exemplo. E o caso foi parar no Ministério Público”.

“Eles seguiram para a medição e nós fomos conhecer a região do Parque Nove de Julho, construído pela Prefeitura. A intenção com ele é preservar a margem da represa. Mas os moradores dizem que a implantação do parque destruiu parte da natureza (Glória Vanique) (2)”.

“Nós gostaríamos que os parques fossem feitos respeitando as leis ambientais. Aqui onde estamos é parte da área alagada da represa (Dino Mottinelli) (3)”.

“O problema foi parar no Ministério Público. O laudo (do MP) aponta a devastação da vegetação em Área de Preservação Permanente e de uma nascente (GV) (2)”.

“Tudo isso foi aterrado com entulhos, saibro. A intenção era fazer uma rua, aqui. Uma avenida (DM) (3)”.

“Não é miragem não. Esse aqui é um campo de futebol e essa é a área do parque. Lógico que esse foi um dos problemas encontrados pelo Ministério Público: a implantação desse campo em área alagada. No momento só quem usa esse campo de futebol são os pássaros. As aves, aliás, são variadas... (...) Os animais dependem desse habitat para sobreviver, se alimentar. Mas as obras continuam com concreto, bancos e pedras. Um desafio para a resistência da natureza (GV) (2)”.


- FLUTUADOR PERCORRE AS REPRESAS DE TAIAÇUPEBA E GUARAPIRANGA (4)

“Juntas, elas abastecem 7 milhões na região metropolitana de SP.
Cerca de 800 mil pessoas vivem na região sem coleta adequada de esgoto”.

Esta semana, em quatro dias, o flutuador percorreu quase 35 quilômetros em duas represas: Taiaçupeba e Guarapiranga. Juntas elas abastecem 7 milhões de pessoas em São Paulo. As duas sofrem com a falta de preservação.

Lixo, esgoto, moradia irregular. Uma combinação que põe em risco a vida da Represa Guarapiranga. Durante esta semana, o guardião do flutuador Dan Robson, viu tudo isso bem de perto.

É de lá que sai a água que abastece quase 4 milhões de pessoas na capital e região metropolitana. Com a qualidade da água cada dia pior, o custo do tratamento subiu 133% em cinco anos.

“Temos que ter muito mais cuidado, usar mais produtos químicos, o que acaba por encarecer também o tratamento da água”, explica Hélio Castro, superintendente de Produção de Água da Sabesp.

A Sabesp instalou bóias que medem o nível de poluentes na água e a cada dois meses mergulhadores descem a 11 metros de profundidade para limpar o fundo da represa. Em 2010, foram recolhidas 60 toneladas de lixo.

Ao redor da represa vivem quase 800 mil pessoas. Metade não tem coleta de esgoto. Parques foram construídos para proteger Guarapiranga.

“Os parques que têm hoje preservam de futuras invasões, de lixos, de entulho e de tudo isso. Então, hoje existe uma ação no sentido de melhorar a qualidade da água”, comenta Valdir Ferreira, subprefeito de Capela do Socorro.

Ambientalistas dizem que nem sempre essa é a melhor solução. A construção do Parque Nove de Julho, por exemplo, foi parar na justiça.

“Técnicos do Ministério Público levantaram uma série de erros e equívocos, como passarela de concreto e quadras em parte da área alagável da represa”, explica Dino Mottinelli Filho, ambientalista.

O gigante das águas sofre com os maus tratos e ainda assim dá à população lazer. É a praia do paulistano. Praia que não existe entre Mogi das Cruzes e Suzano, onde fica a represa Taiaçupeba, que faz parte do sistema Alto Tietê. O guardião e o flutuador também navegaram por essas águas e encontraram dificuldades.

De lá saem 10 mil litros de água por segundo para três milhões de pessoas. Esse número pode chegar a quatro milhões e meio de moradores da região metropolitana. Tudo vai depender da ampliação da estação de tratamento.

Uma represa pequena com grandes problemas. Pesca proibida, níveis de poluição que provocam a morte de peixes e despertam a preocupação dos ambientalistas.

“A gente sabia que existia uma poluição, mas não conhecia que fosse tão grande. Temos que olhar com outros olhos para essa barragem, até porque é de abastecimento público, não dá para ficar jogando esgoto dentro da nossa caixa d’água”, diz Nadia Soares, da ong Biobrás. Olhar com bons olhos é cuidar, é proteger, é respeitar a natureza.

A expedição do flutuador recomeça na Guarapiranga, na segunda-feira.


- GUARAPIRANGA TEM SUJEIRA VISÍVEL E BAIXO ÍNDICE DE OXIGÊNIO (5)

“Um dos braços da represa está coberto de plantas aquáticas.
Trecho usado para criação de animais tem nível ruim de oxigênio”.

Sujeira é o que não falta na Represa de Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo. E nem precisa chover para a contaminação ser visível. Um dos braços da Guarapiranga já está coberto de plantas aquáticas. Nesse ponto, o nível de oxigênio medido pelo flutuador nesta sexta-feira ficou baixíssimo.

Além de um córrego muito sujo que deságua na represa, a região é usada para criação de animais. "Isso causa uma poluição violenta nesse braço da represa, e na represa como um todo", afirma o morador Eduardo Melander (6). Por causa da poluição, o barco do engenheiro agrônomo Mário Fontes não vai para a água faz tempo. “Aprendi a velejar com meu avô. A gente levava umas canequinhas de alumínio a bordo e bebia a água da represa”, lembra.

Para preservar o que ainda resta de vegetação na beira da represa, a Prefeitura da capital paulista criou parques. Um deles é o Nove de Julho, que fica numa área de alagamento. A discussão sobre a obra foi parar na Justiça. "Técnicos do Ministério Público levantaram uma série de erros e equívocos aqui dentro. Não poderia ter nada, essa passarela de concreto, quadras. Essa é a parte da área alagável da represa”, diz o ambientalista Dino Mottinelli Filho.

Em nota, a Prefeitura diz que a construção do parque tem licenciamento ambiental e que o objetivo é evitar ocupações irregulares.


- MORADORES REPROVAM IMPLANTAÇÃO DE PARQUES NA REPRESA GUARAPIRANGA (7)

“Eles dizem que obra destruiu parte da natureza.
Prefeitura de SP contesta reclamações”.

Quem mora no entorno da Guarapiranga não está satisfeito com os projetos da Prefeitura de São Paulo de construir quatro novos parques no local. Os moradores alegam que a implantação dos centros pode destruir parte da natureza. O objetivo da obra, de acordo com a prefeitura, é evitar as ocupações irregulares.

“Nós gostaríamos que os parques fossem feitos respeitando as leis ambientais. Aqui onde estamos é parte da área alagada da represa”, explica o ambientalista Dino Mottinelli Filho.

Os moradores da região procuraram o Ministério Público e o laudo aponta a devastação de vegetação em área de preservação permanente e também de uma nascente.

A Subprefeitura de Capela do Socorro, na Zona Sul, contesta a informação dos moradores e diz que 99% da área do parque é permeável, ou seja, as construções não afetam a área alagada. Fala também que está construindo o parque para evitar a ocupação irregular e que tudo está regularizado. O parque deve ser inaugurado ainda este ano.

Moradores e Ministério Público não são contra a construção, mas alegam que a obra está sendo feita de forma diferente da que foi aprovada.


- PENICÃO

Entre os principais problemas no Parque Nove de Julho, na Zona Sul, a Associação Movimento Garça Vermelha destaca a impossibilidade de construir banheiros, por se tratar de área de preservação permanente. O jeito para os usuários será utilizar banheiros químicos, prometidos pela Prefeitura. “O parque foi até apelidado de penicão”, diz Eduardo Melander, presidente da associação.


- PERSISTEM PROBLEMAS NO PQ. NOVE DE JULHO

Faltando cerca de um mês para a conclusão da 1ª fase das obras do Parque Nove de Julho, na Zona Sul, o presidente da Associação Movimento Garça Vermelha, Eduardo Melander, se diz preocupado com o rumo que o projeto – que envolve uma área de 537.515 m² - está tomando. Segundo ele, entre os principais problemas está a impossibilidade de construir banheiros.

Em setembro, liminar concedida pelo Ministério Público suspendeu a construção do parque, que terá três quartos de sua área dentro do corpo de d’água da Guarapiranga, considerando que as obras degradariam ainda mais a área da represa. Mas em outubro a liminar foi suspensa e a Prefeitura segue com as obras.

“Continuam jogando concreto dentro da represa para construir um parque que não terá sanitário por se tratar de um parque em que 80% está embaixo d’água, e por ser área de proteção permanente não foi permitida a instalação de banheiros. O parque foi até apelidado de penicão”, afirmou.

Ainda segundo Melander, em tempos de chuva, a água sobe e passa dos níveis onde foram instalados os bancos de concreto. “Concreto chumbado dentro da represa e há estruturas que como foram feitas não permitem a passagem de animais. Muitos pássaros fugiram daqui”, afirmou.

4,7 milhões é o valor total da obra de construção do Parque Nove de Julho.


- REPRESA GUARAPIRANGA RECEBE ABRAÇO EM ATO POR PRESERVAÇÃO DO LAGO (10)

São Paulo – Centenas de pessoas uniram as mãos hoje e abraçaram simbolicamente a Represa Guarapiranga em três pontos da região sul da capital paulista. O ato, promovido por organizações da sociedade civil, cobrou ações para a preservação de um dos reservatórios de água mais importantes para a população da região metropolitana de São Paulo.

O lago da Represa Guarapiranga tem mais de 25 quilômetros quadrados e abrange áreas dos municípios de São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu. Ele foi formado em 1906, com a construção de uma barragem para geração de energia elétrica. Atualmente, fornece água para 4 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 20% da população da Grande São Paulo.

Apesar dessa importância, a qualidade da água da represa é constantemente ameaçada por ocupações habitacionais irregulares, obras viárias e despejo de esgoto. Para tentar mudar essa situação, moradores de bairros da região foram até a represa e reivindicaram com faixas e discursos mais ações para a preservação do local.

“A represa está ameaçada”, disse Mauro Scarpinatti, coordenador da rede Olho nos Mananciais, que reúne várias organizações e que organizou o evento chamado de Abraço à Represa Guarapiranga 2011. “As autoridade vêm adotando medidas, mas elas não são suficientes.”

Segundo Scarpinatti, muitas famílias ainda habitam em áreas próximas à represa, comprometendo a qualidade da água. A construção do Rodoanel, disse, também causou desmatamento na região. Scarpinatti afirmou ainda que muito do esgoto gerado pela população de mais de 1 milhão de pessoas, que mora no entorno da represa, é jogado sem tratamento no lago.

Eduardo Melander Filho mora perto da Guarapiranga há mais de 50 anos e acompanhou parte do processo de degradação da represa. Segundo ele, nos últimos anos, autoridades têm tomado medidas para preservar o local. Porém, essas ações ainda não são eficientes. “O governo recupera uma área, mas permite a degradação de outra”, afirmou.

O secretário municipal da Segurança Pública de São Paulo, Edson Ortega, foi um dos representantes do Poder Público presentes ao Abraço à Represa Guarapiranga. Ele disse que a prefeitura de São Paulo está comprometida com a preservação do local. Ortega também fez a entrega formal de três botes à Guarda Civil Metropolitana, que ajudarão no monitoramento da represa (11).


- TV INTERLAGOS NA COBERTURA DO 6º ABRAÇO GUARAPIRANGA (12)

“Entrevista com Dino Mottinelli”

“- (...) Abraão – Olá telespectadores da TV Interlagos. Estamos aqui à margem da Represa Guarapiranga, onde vai acontecer a 6ª edição do Abraço à Guarapiranga-2011 e a TV Interlagos, como sempre, fazendo toda a cobertura. Ao meu lado se encontra o Dino Mottinelli. O Dino Mottinelli é o Presidente da ONG Garça Vermelha e faz parte do Comitê Organizador. Hein Dino; você não é o Presidente, não é¿

- Dino Mottinelli – Não. Não sou, não sou, não sou. Eu sou Vice Presidente do Movimento Garça Vermelha.

- A – Legal. Dino vamos falar um pouco hoje da organização. Como está acontecendo, que horas vai acontecer o Abraço, o horário exato¿

- D – Em torno de meio dia, meio dia e um pouquinho, deve ter o Abraço. Está tendo o passeio ciclístico, o pessoal deve estar voltando já. Paralelo a isso estão tendo essas atividades de capoeira, atividades infantis e distribuição de mudas. Alguns jogos ambientais, alguma coisa. Tentar passar um pouco para essa turma uma consciência mais ecológica, os problemas da Represa, as dificuldades que a gente encontra. A Guarapiranga tem 106, 107 anos (13). É um manancial que foi construído para armazenar 200 milhões de m³ de água. Hoje só cabe 100. Então você pode ter uma idéia com isso do que foi degradado, assoreado. Então, enfim, a Guarapiranga está pedindo socorro e precisa da mobilização de todo mundo. Esse manancial abastece aproximadamente 4 milhões de pessoas em São Paulo. Bebem dessa água. Então é urgente um pouco mais de carinho, um pouco mais de atenção com ela. Todo mundo hoje tem ciência que está (a escassez) (14) a água no mundo. A gente aqui ainda não está na mesma situação crítica, mas é rapidinho (que se chegue à situação crítica).

- A – Legal. Ô Dino, Dino é da ONG Garça Vermelha e faz parte do Comitê Organizador do Abraço, da 6ª edição do Abraço à Guarapiranga. Ô Dino é o seguinte: todos os anos se plantam mudas de árvores aqui na Represa Guarapiranga, aqui no aterro da Represa Guarapiranga. Este ano a Garça Vermelha plantou, a ONG sua plantou quantas mudas e no geral, foram quantas mudas plantadas hoje aqui¿

- D – Simbólicos. Hoje foram seis mudas plantadas e estão sendo plantadas pelo Grupo de Escoteiros (Grupo Escoteiro Almirante Tamandaré). O plantio de mudas hoje aqui foi uma ação simbólica. Quem cuida da manutenção, quem faz o plantio mesmo é a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, que está desenvolvendo estudos para ver os espécimes originais do local. Não pode ser espécie exótica e esse tipo de coisa. Tem que trazer o que tinha aqui antes de desmatarem tudo.

- A – Legal. Ô Dino, vamos falar um pouco agora sobre a lei do Deputado Federal Aldo Rebelo, PC do B São Paulo, a respeito do projeto lá em Brasília e como relator do projeto (que) foi colocado lá pelo Aldo Rebelo, que pode se desmatar e não precisa replantar para quem tem sítio, uma fazenda pequena. No caso aqui, enquanto São Paulo, a ONG Garça Vermelha, a Prefeitura de São Paulo, A Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o Prefeito de São Paulo, preocupado (s) em plantar árvores na beira da Represa, fazer plantações nas ruas de São Paulo, nós temos um Deputado Federal defendendo uma lei em que se a fazenda for pequena pode desmatar e não precisa plantar. Fale um pouco sobre essa lei do Aldo Rebelo, do PC do B São Paulo, em Brasília.

- D – Nós achamos um absurdo as propostas dessa lei. É um assunto que requer mais estudos, uma coisa que precisa ser vista melhor. Não pode ser feito do jeito que está sendo encaminhado, que está sendo proposto. Nós discordamos completamente. Achamos um absurdo. A coisa é tendenciosa. Nós somos completamente contra.

- A – A sua ONG foi a Brasília para protestar contra a aprovação do projeto Aldo Rebelo¿

- D – Fomos. Estivemos lá nessa semana. Estamos tentando, com um grupo bem grande de ongs, com a população. Está todo mundo muito preocupado e se mobilizando contra isso.

- A – Dino, muito obrigado. Eu falei com Dino Mottinelli, Vice Presidente da ONG Garça Vermelha. Muito obrigado Dino por essa entrevista aqui na TV Interlagos.

- D – Eu é que agradeço e muito obrigado por prestigiar o evento aqui. É muito importante ter a presença de vocês aqui (...)” (15).


- REPRESA DE GUARAPIRANGA GANHA ABRAÇO SIMBÓLICO (16)

“(...) – Carlos Warme Júnior (17) – (falando sobre a Represa Guarapiranga) Ela abastece de água quase 4 milhões de pessoas. A Zona Sul, aqui, depende muito dela. Existe uma biodiversidade muito grande, principalmente de aves. Então é uma região que tem de ser... (preservada) Principalmente ao criar parques que terá de entrar trator, caminhão e muito mais, tem de se respeitar todas as normas ambientais que não foram respeitadas. Então esse é um problema que a gente resolveu correr atrás para não deixar acontecer (...)”.

“(...) – Entrevistador – Conte um pouco para a gente do Movimento Garça Vermelha¿

- Júnior – O Movimento Garça Vermelha é um movimento ambientalista criado há mais de um ano pelas pessoas que moram nas margens da Guarapiranga. Os moradores se reuniram ao perceber uma obra da Prefeitura que estava sendo feita de modo errado, no qual a gente não viu até hoje o projeto completo dos parques lineares e como essa represa é muito importante, não só para a biodiversidade que há em volta dela, mas para todos aqueles que se abastecem de água potável, que (são) 4 milhões de pessoas, a gente resolveu montar esse movimento e, inclusive, entramos até no Ministério Público (...)” (18).


- REPRESA POLUÍDA DE SÃO PAULO RECEBERÁ INVERTIMENTO DE R$ 14,6 MILHÕES (19)

São Paulo – A represa que abastece 3,5 milhões de pessoas da região sudoeste da capital e de Taboão da Serra terá um projeto de despoluição. O anúncio foi feito hoje pelo governo de São Paulo e pela prefeitura da capital. O Programa Nossa Guarapiranga prevê investimentos de R$ 14,6 milhões. As principais ações serão a retirada do lixo que chega pelos córregos e plantio de mudas nas margens.

Para isso, serão instaladas barreiras nos 11 córregos que deságuam na represa. O equipamento é composto por bóias e uma tela submersa, para conter os resíduos, que serão removidos diariamente. O lixo recolhido será levado para um aterro sanitário.

Está prevista também a remoção de plantas aquáticas que crescem na superfície da água. Na Represa de Guarapiranga existem 82 tipos diferentes de planta aquáticas catalogadas. Um barco será desenvolvido e construído pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) para retirar estes vegetais da represa.

Para o professor do departamento de ecologia da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Pompêo, as medidas são interessantes, mas não atacam os pontos principais do problema. “Fazer contenção para retirar resíduos sólidos que chegam na represa, é um paliativo para resolver o problema”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Pompeô, o Estado deveria dar mais atenção a políticas públicas, como uma coleta de lixo mais eficiente e controlar as ocupações no entorno da represa. “Se você tem uma política clara de monitoramento, de urbanismo, uso e ocupação do solo, você consegue gerenciar resíduos, desde os sólidos a líquidos”, ressaltou.

O professor lembrou ainda que mais grave do que o lixo sólido, é o problema do esgoto que contamina as águas da represa. Essa matéria orgânica que possibilita o crescimento de plantas aquáticas. “O controle das macrófitas aquáticas também passa pela coleta e tratamento dos esgotos”.

O presidente do Movimento Garça Vermelha, formado por moradores do entorno da Guarapiranga, Eduardo Melander Filho, também acredita que as medidas não pequenas em relação aos desafios. “Ainda é uma iniciativa muito tímida. Eles inventam medidas paliativas como se o problema fosse a educação da população, que joga o lixo dentro dos córregos” (20).

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse hoje durante o lançamento do programa, que a Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) “está fazendo um grande trabalho de coletar e tratar o esgoto para despoluir a Represa de Guarapiranga” (21).


REFERÊNCIAS:

(1) FLUTUADOR. SPTV. São Paulo: Rede Globo de Televisão, 14 jan 2011. Programa de TV. In: MELANDER FILHO, Eduardo. Entrevistas de Militantes do MOGAVE: Artigos em TV e jornais publicados no 1º semestre de 2011. Blog do Movimento Garça Vermelha, São Paulo: jun 2011.
(2) Glória Vanique, repórter de campo da Rede Globo que fez a cobertura do flutuador.
(3) Dino Mottinelli Filho que é Vice Presidente Financeiro do MOGAVE
(4) FLUTUADOR. SPTV. São Paulo: Rede Globo de Televisão, 15 jan 2011. Programa de TV. In: Flutuador Percorre as Represas de Taiaçupeba e Guarapiranga. G1 São Paulo, São Paulo: Rede Globo, jan 2011.
(5) FLUTUADOR. SPTV. São Paulo: Rede Globo de Televisão, 14 jan 2011. Programa de TV. In: Guarapiranga Tem Sujeira Visível e Baixo Índice de Oxigênio. G1 São Paulo, São Paulo: Rede Globo, jan 2011.
(6) Professor Eduardo Melander Filho é Diretor Presidente do MOGAVE
(7) FLUTUADOR. SPTV. São Paulo: Rede Globo de Televisão, 14 jan 2011. Programa de TV. In: Moradores Reprovam a Implantação de Parques na Represa Guarapiranga. G1 São Paulo, São Paulo: Rede Globo, jan 2011.
(8) PENICÃO. Metrô News, São Paulo, 17 fev 2011. Manchete, p. 1.
(9) FONSECA, Marcela. Persistem Problemas no Pq. Nove de Julho. Metrô News, São Paulo, 17 fev 2011. Cidade, p. 6.
(10) KONCHINSKI, Vinicius. Represa Guarapiranga Recebe Abraço em Ato por Preservação do Lago. Agência Brasil (distribuição e publicação do artigo em centenas de jornais impressos ou eletrônicos), 29 mai 2011.
(11) Edição: Aécio Amado.
(12) 6º ABRAÇO GUARAPIRANGA. Aconteceu em São Paulo, São Paulo: TV Interlagos, jun 2011. Programa de TV. In: MELANDER FILHO, Eduardo. Entrevistas de Militantes do MOGAVE: Artigos em TV e jornais publicados no 1º semestre de 2011. Blog do Movimento Garça Vermelha, São Paulo: jun 2011.
(13) A Represa Guarapiranga tem 105 anos (2011). Foi inaugurada em 1906.
(14) As palavras delimitadas em parênteses nas entrevistas à TV Interlagos e à Rede TV são inclusões que visam unicamente reforçar o entendimento do conteúdo.
(15) O texto “TV Interlagos na cobertura do 6º Abraço Guarapiranga” é a transcrição de uma parte do programa completo, que teve duração de quase 25 minutos. Para acessar o vídeo completo do programa, favor procurar na coluna à direita desse blog o título “Vídeos de nosso interesse” e clicar no subtítulo “TV Interlagos: 6º Abraço à Guarapiranga.
(16) ABRAÇO GUARAPIRANGA. WEB Repórter, São Paulo: Rede TV, jun 2011. Programa de TV. In: MELANDER FILHO, Eduardo. Entrevistas de Militantes do MOGAVE: Artigos em TV e jornais publicados no 1º semestre de 2011. Blog do Movimento Garça Vermelha, São Paulo: jun 2011.
(17) Carlos Warne Júnior é Vice Presidente Administrativo Adjunto do MOGAVE e também militante do Greenpeace.
(18) O texto “Represa de Guarapiranga ganha abraço simbólico” é a transcrição de uma parte do programa de mesmo nome de quase 5 minutos de duração, realizado pela Rede TV em cobertura ao Abraço Guarapiranga 2011. A cobertura mostra diversas atividades realizadas no evento e também uma entrevista com o Mauro Scarpinatti, da Rede Mananciais, organizadora do Abraço. Para acessar o vídeo completo da cobertura, procurar na coluna à direita desse blog o título “Vídeos de nosso interesse” e clicar no subtítulo “Represa de Guarapiranga ganha abraço simbólico – Rede TV”.
(19) MELLO, Daniel. Represa poluída de São Paulo receberá investimento de R$ 14,6 milhões. Agência Brasil (distribuição e publicação do artigo em centenas de jornais impressos ou eletrônicos), 07 jun 2011.
(20) A entrevista foi concedida por telefone.
(21) Edição: Rivadavia Severo.